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OPINIÃO: A centopéia voadora

Rodolfo Juarez    

Afinal de contas, quantas são as pernas da centopéia?

São cem, noventa e nove, noventa, ou apenas 50? Apesar a sugestão nominal, ninguém parou para conferir.

Então, sem saber o básico, o número de pernas da centopéia, se é que se pode dizer que são pernas mesmo, como se pode calcular a velocidade que o animal pode alcançar?

Pois bem, esse pode ser o problema da administração de um órgão público, de um Estado, que precisa conhecer a todos os “motores” que impulsionam o conjunto e que dão tranquilidade ao comandante.

Pense em uma aeronave. Agora você dentro dela. Imagine-se o comandante. Qual seria o momento de maior tensão, aquele que exige toda a sua atenção? É bem provável que você esteja imaginando o momento da decolagem ou o momento do pouso.

E é mesmo!

E se é assim, para controlar, eficientemente, a operação de decolagem ou de pouso, o comandante precisa saber a força dos motores, sua localização no conjunto, para poder saber quando deve acionar os motores auxiliares, na presença de um perigo iminente.

É indispensável o conhecimento da “máquina”, seja ela qual for…

Pode ser isso que tenha faltado àqueles que estão no comando do Estado do Amapá, uma “máquina” que não pode sofre sequer um sacolejo, sob pena de desfazer-se, devido a fragilidade de suas estrutura, ainda muito jovem e em fase de constituição definitiva.

Para não desfazer, ou não voa, e ai perde a sua finalidade; ou voa sabendo das suas limitações, e ai começa a construir a sua consistência.

Ficar com o “aparelho” no chão, com medo de voar, é a pior decisão.

O Estado do Amapá é forte, mas precisa seguir por caminhos seguros e, se puder, deslocar-se apenas em “céu de brigadeiro”. Arriscar, pra que?

E as pernas da centopéia não tremem e é por isso que, quando dividida, ela, a centopéia, continuam caminhando, disposta a encontrar o seu caminho e salvar-se como um todo, esquecendo as novas dificuldades, mas sempre disposta a colar-se para ficar como dantes.

Todas as pernas são importantes, desde que estejam se esforçando para acompanhar àquelas mais fortes, mais importantes e que, também, gastam mais energia e precisam de mais recurso.

E quando uma perna fica sem função, seja pela demência, seja pela inapetência, seja pela inutilidade, essa perna deve ser cortada, substituída e esquecida, mesmo que seja querida, bonita, nova, ou tenha dado certo em outro qualquer corpo.

Se nesse não deu, paciência, também não dá para arrastar.

Alguns gestores reclamam do tamanho do Estado. Uns acham que é pequeno; outros, ao contrário, acham que é grande. Então é necessário encontrar o tamanho do corpo para calcular o tamanho dos “motores”.

Essa é uma questão básica de qualquer aeronave que só levanta vôo com um peso calculado. Se tiver de mais, não adianta, o risco é muito grande.

E não há diferença de risco para o comandante ou para os passageiros. Todos correm o mesmo risco e esse aspecto precisa ser considerados por todos, inclusive pelos tripulantes.

Todos estão na mesma aeronave, seja como comandante, tripulante ou passageiro.

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